quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

OPERA MULTI STEEL e 3 COLD MEN !!!

Yo!
Olha eu de novo... e esperando o ano que vem, ansiosamente, diga-se de passagem.

Fora meus "projetos pessoais" (ehr... nada de criar uma banda, ou aprender a tocar algum instrumento, ou o domínio do mundo, infelizmente... pelo menos, não agora), que espero que comecem a se engrenar, tem showzasso vindo por aí, e esse EU NÃO PERCO!!!
OPERA MULTI STEEL NO BRASIL! YEAH!

Post passado, eu falei um tiquinho do Frozen Autumn e também do Plastique Noir.
Desde aquele show, já tinha sido anunciado que o "OPERA MULTI STEEL" viria pra cá, e tá mais que confirmado, pra Abril!

O que comentar dessa banda?
Bom... inicialmente, uns amigos meus me emprestaram uma coletânea (a Days of Creation, do próprio Opera), e pra mim, foi um som daqueles "que diabos é isso?" (quando não estamos devidamente "apurados" pra ouvir alguma coisa mais diferenciada); minha primeira impressão foi de ouvir algo bem esquisito...
Eis que eu tinha gostado de uma música ou outra (como a Jamais Plus, e a Premieres Loges), e meio que "larguei o álbum esquisito" de mãos; não havia gostado logo de cara.

Mas, como um tanto (muito) paciente que sou com música, acabei "estocando o álbum pra futuras ocasiões", e num belo dia que eu tinha meio que desgastado o tanto de coisas que ouvia na época, fui com aquele "o que eu tenho de diferente pra ouvir aqui?", e me deparei com o CD do Opera novamente; não deu outra, saquei o dito cujo e o coloquei no som, e enquanto tomava um café, tomando um ar na área de serviço, fui me interessando mais pelo que eu ouvia: "putz, algo interessante!" eu pensei (até então, só havia tido apêgo pelas duas músicas que citei, e outras eu "tolerava" somente).

Eis que devo ter ouvido o CD umas duas ou três vezes seguidas... e aí eu pude prestar atenção na sonoridade dos caras: algo realmente diferente das coisas que eu ouvia na época.

Mais acostumado à popwave, pop-rock, new wave e afins de rádio dos anos 80 (entenda como "coisas comerciais" da época, pra ser mais exato), foi um impacto grande ter ouvido algo bem diferente dos demais. Foi mais ou menos daí que comecei a ter mais gosto por procurar coisas "underground".

Fui atrás de mais coisas do Opera, então eu vi que eles eram muito diversificados em cada trabalho deles (o "Days of Creation" é só uma pitada disso), e cada álbum tem um ambiente em específico.



Agora, falando da banda em si:
A atividade da banda começou em 1983, em Bourges (parte central da França), tendo como integrantes Franck Lopez (vocal e baixo), Patrick Lopez (vocal e teclados), e também tendo a Catherine Marie (vocal e percussão).

Os irmãos Lopez participavam de projetos diferentes: antes de criarem o Opera, Franck participava de uma banda folclórica de nome Avaric, junto com o Eric Milhiet (que depois, se uniria a esse projeto, como baixista e guitarrista), e Patrick vinha de uma banda de EBM de nome Afghanistain.

Além deles, houveram diversos integrantes que passaram pelo Opera, como o guitarrista Xavier Martin (que participou de algumas faixas gravadas, somente: era fã acirrado de hardcore, e não se deu muito com o ambiente do Opera), e também com músicos convidados, como a vocalista do Collection D'Arnell Andrea, Caroline Grieg.

Vale ressaltar que os quatro membros principais tinham seus estilos musicais bem variados, e também com a passagem de vários outros músicos de outros projetos, a sonoridade do Opera foi ficando cada vez mais diversificada e com suas particularidades bem marcadas: flautas doces, ritmos marcados de baterias eletrônicas, teclados e seus timbres, músicas com estilos mais medievais e até um tanto "cléricos".

O primeiro trabalho lançado foi o EP de nome "Les Martyrs", em 84, em formato vinilzinho de 45 RPM, que contava com quatro faixas, tendo originado uma das músicas mais conhecidas do grupo até hoje: "Armide".
No mesmo ano, lançaram outro EP, "Rien", e em 85 lançaram o primeiro álbum: "Cathedrale", que tem esse nome em homenagem à famosa construção de estilo gótico francês, que está situado na cidade-natal da Banda.
Fora toda a ambientação de estilos diferenciados, esse álbum conta com pitadas de synthpop, e dá a personalidade do projeto em si.

O grupo só lançou mais material em 87, mas isso não significa que o grupo estava em hiato (paralizado), ou sem mexer em mais nada do projeto: nesse meio tempo, tinham gravado muitos outros trabalhos, lançados originalmente em fitas K7 por selos independentes da Europa, em edições bem limitadas, muitas delas contendo faixas inéditas que não foram lançadas de forma oficial ATÉ HOJE!
O que quer dizer que muita coisa do Opera é "item raro de colecionador" (como se pode checar no site oficial da banda, algumas capas das K7, muitas vindo de forma grandiosa, em formatos livro e demais perfumarias sofisticadas pra época!)... mas sabendo procurar por aí, felizmente, se consegue uma cópia de tais fitas ("K7 Tapes Archives"), por mais que não esteja circulando oficialmente. Um achado!
Ainda falando das andanças em 2 anos "sem material oficial da própria banda", participaram de vários festivais e concertos pela Europa.

Bem, de 87 pra frente, teve a participação de vários outros membros (como integrantes da antiga banda de Franck) e gravação de vários outros singles e álbuns completos (A Contresens, de 89, Les Doleurs de L'ennui, de 90).

Em 91, a banda começa a trabalhar em Stella Obscura, sendo lançado no ano seguinte.
Na criação desse álbum, Patrick estava passando por várias crises emocionais e tentou se suicidar por incontáveis vezes, até ser internado em uma clínica.
Talvez por isso, o álbum seja tão marcado pela tristeza, depressão e melancolia que suas 17 faixas trazem (e curiosamente também, um dos álbuns com mais sucesso de crítica), contando com uma nova versão da famosa "Armide"...
Esse ábum ainda traz a participação especial do Brendan Perry (vocalista da Dead Can Dance, banda única, e por várias vezes, de sonoridade obscura), na faixa "Du Chant des Elfes".
Depois da internação de Patrick, a baida passou muito tempo sem lançar nada inédito.

Em 95, algo mais do que curioso acontece: um selo independente brasileiro, de nome "Museum Obscuro" (representante brasileiro da Cri du Chat Disques, originária da França), resolve lançar uma coletânea do Opera Multi Steel em solo tupiniquim, registrando os 10 primeiros anos de vida do projeto...

Isso por si só já é curioso pra muita banda lá fora que sequer sabe que é conhecida fora do seu eixo: o Brasil é algo "exótico"; muita gente sequer sabe que existem pessoas do lado de cá que apreciam e cultuam tal gosto musical (devido ao que é veiculado do Brasil lá fora, antes de mais nada).

Voltando:
A coletânea foi criada aqui devido ao sucesso underground que o Opera fazia nas casas noturnas da época: "Days of Creation" tocava bastante nas noites paulistas... e originou a coletânea "Days of Creation: An Anthology - 1984-1994".

O Opera Multi Steel ainda gravou no Brasil a música "Eleanor Rigby", cover dos Beatles, pra ser lançada numa coletânea (também brasileira) de nome Black Sundays Vol. 2, por outro selo tupiniquim independente (a Gothic Compilation), ainda em 95.

Devido ao Museum Obscuro ter entrado em contato com a banda, os integrantes do Opera se empolgaram com um convite para voltarem a gravar: um álbum novo estava a caminho!
"Histoires de France" foram escritas por Patrick (dentro de sua intensa fase de recuperação).
O álbum foi lançado somente em 97, mas antes disso, a banda veio até o Brasil em 96 (!!!!!) e fez uma turnê, com Patrick, Franck, Catherine e o Eric, além de contarem com a Carine Grieg (vocal da Collection D'Arnell Andrea, já citado aqui).
Nesse show, a banda deu alguns presentes para nós, brasileiros: tocaram algumas músicas que não tinham sequer entrado nas gravações do grupo: faixas inéditas!!!

Em 96, a banda gravou "Vie Si Joliment Vide" para um disco da banda brasileira "Individual Industry".

Graças ao acolhimento brasileiro, novos frutos estariam por vir: em 99, nascia o "3 Cold Men", projeto de Franck com dois brasileiros (Alexandre Twin, do Individual Industry, e Maurizio Bonito, do Volv Uncion)!

Em 98, a banda grava na França o "Eternelle Tourment", trazendo regravações de 4 faixas de algumas fitas K7 e 7 músicas inéditas.

Daí pra frente, a banda vai voltando aos poucos ao ritmo: algumas gravações novas, contratempos, e em 2003, lançam "Une Idylle en Péril", contando com a vocalista do "Collection D'Arnell Andrea", e também com Thibault d'Abboville (também da Collection, tocando violão em algumas faixas).

De 2003 pra frente, passaram longo tempo sem gravar nada em álbuns, mas não encerravam suas atividades: gravaram nesse ano (2010) o álbum "La Legende Dorée", gravado sob o selo brasileiro "Wave Records", que inclusive foi lançado próximo do show do Frozen Autumn!!! Eu comprei meu exemplar lá, hehehehe...

Bem, eu escrevi pra diabos (acho que deveria encurtar isso), mas acreditem: não é por menos.
A banda merecia muito mais (eu ainda saí arrancando algumas coisas aqui e acolá), e gostaria de agradecer a pessoa que reuniu grandemente as infos na Wikipedia (me ajudou muito)!
É interessante saber o por quê de a banda "gostar de gravar aqui", e ter essa afinidade toda com o Brasil: ter gravado álbum aqui, feito show, ter side-projects com brasileiros.. é viajante!!!

A banda tem ligação com folclore, artes e história (basta ver os encartes: algumas capas foram pintadas por artistas franceses, e poesias de escritores foram transcritas em letras das músicas)... é algo não percebido comumente em qualquer banda por aí: até arrisco a dizer que "isso é único".
Eis o por quê de um artigo tão grande (e tão "abrangente" com a história da banda), e o por quê de eu gostar tanto deles...

Sem mais delongas, escutem alguns sons deles... divirtam-se!


OPERA MULTI STEEL - JARDIN BOTANIQUE



OPERA MULTI STEEL - CATHEDRALE



OPERA MULTI STEEL - ARMIDE



OPERA MULTI STEEL - JAMAIS PLUS



OPERA MULTI STEEL - LE CYGNE NOIR



Continuando...
Tem mais um pouco! 'Guentem aê...

Curtindo o CD novo do Opera (La Légende Doree), que eu comprei durante o show (lançamento nacional é bom: não é abusivo em alguns casos!), comecei a fuçar sobre "a banda que iria abrir o show deles".

Nada mais, nada menos, que o "3 COLD MEN", side-project do vocalista do Opera!
Até então, já sabia disso, mas nunca tinha ido atrás de muita coisa à respeito do 3 Cold men.
Caramba... me impressionei, e muito!

O som dos caras é algo bem limpo, e "oitentão" (apesar de o projeto ser novo)!
A banda é composta por:
- Franck Lopes (vocalista do "Opera Multi Steel", e do seu outro projeto, "O Quam Tristis", que é uma puta banda também),
- Alex Twin (está envolvido no projeto brasileiro "Wintry" e também o "Pecadores" )
- Maurizio Bonito (esse vem do "Individual Industry" e também tem o "Sci-Fi Moritz")
- Rui Ramos (bateria, ao vivo)
- Catherine Marie (backing vocals, ao vivo)

O curioso é que a banda tem os polos Brasil-Europa... bem interessante!
Justamente os polos que mais mantém os gêneros undergrounds ativos até hoje.

Eles se juntaram pelos gostos musicais parecidos, isso em meados de 1999, e lá pra 2001 gravaram uma demo com 4 músicas, e daí pra frente temos o que é hoje: uma banda que engloba pitadas de Darkwave, Coldwave, Electro-Gothic francês e alemão, e muitas outras coisas... é algo novo, mas muito saudosista ao mesmo tempo!
As letras do Alex e do Franck abordam alguns temas, como o romantismo, a desilusão; "sintomas típicos" do final do século passado.
É algo bem dançante, e que não enjôa... o que é melhor ainda!

Na discografia, eles contam com 3 álbuns: o Photogramm, o Urban RMXS e o The 3 Cold Men, todos eles muito valiosos!
Sem contar que os caras fizeram vários remixes pra artistas famosos do gêrero, como Sara Noxx, Trisomie 21, Mechanical Moth, entre outros.

Eis agora alguns sons dos caras:

THE 3 COLD MEN - BABIES (ARE NOT MY FRIENDS)



THE 3 COLD MEN - X-FRAGILE



Espero que tenham curtido a entrie, e que não tenham se aborrecido com o post imenso.
Até uma próxima!!!